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o texto fala sobre maldição hereditária e, dessa forma, a imagem mostra uma mulher sentada com a cabeça junto aos joelhos, dando a impressão de que está triste

Maldição hereditária: como quebrá-la com a terapia sistêmica

Ao se deparar com algum problema que parece se arrastar por anos, muita gente acredita estar vivenciando uma maldição hereditária.

Sabe quando parece que você não consegue encontrar uma boa pessoa para se relacionar? Ou, ainda, vive numa dependência emocional e financeira sufocante? Você até sabe o que precisa saber, até consegue melhorar um pouco… Mas, simplesmente, não consegue avançar ou o problema volta com força.

Olha, existem várias causas para os problemas que enfrentamos na vida. E sim, a terapia sistêmica vê a chamada maldição hereditária como uma delas. 

No entanto, é preciso saber o que isso realmente significa – e, claro, como sair dessa espiral de problemas que parecem não ter fim.

Vamos lá? 

O que é maldição hereditária? 

Hoje, como terapeuta sistêmica, atendo pessoas plenamente capazes de criar negócios inteligentes. São ótimos profissionais, com muita experiência de vida, conhecimento de línguas e culturas. 

No entanto, essas mesmas pessoas também acabam repetindo problemas já conhecidos e sofridos – exemplos:

  • entram e saem de empregos;
  • só namoram com homens traidores;
  • juram não amar demais e logo vivem novamente a dependência emocional;
  • chefes perseguidores;
  • medo de se entregar para o amor;
  • medo de ter dinheiro (ou de não ter) dinheiro. 

São muitas as situações – e quando elas já são “velhas conhecidas” da sua família, quando pais e avós passaram pela mesma situação, elas começam a se questionar: 

“Será que isso é uma maldição familiar? Estou vivendo uma maldição hereditária?”

A maldição hereditária é justamente isso: aqueles problemas que se arrastam entre gerações e que, por mais que a pessoa se esforce, eles parecem não se resolver. 

Daí você investe em mentoria, coaching, terapia convencional, compra cursos e mais cursos e diz: agora vai. 

Você cria planos bonitos, cheios de criatividade e potencial para se livrar do problema, mas em algum momento, a coisa “volta”. 

É aquela sensação que você sente quando sabe que tem um brilho potencial, mas que vive somente para carregar algo desconhecido e diz que isso deve ser o seu destino. Você vive o peso de fardos que são carregados ao longo das gerações da sua família.

Na maldição hereditária, é como se você estivesse vivendo a vida de outras pessoas – e não a sua. A sua parece que ainda nem começou. 

E, a partir daí, vem o perigo de desenvolver uma postura de vítima: você acaba perdendo as forças para mudar a situação, já que acha que está “fadado ao fracasso”. Então, nem vale a pena mudar, basta aceitar. E você desiste. 

Grave isto: um abismo puxa o outro. 

Se você abandona a possibilidade de libertar a sua vida desse cativeiro emocional, você pode ir atrás de coisas que só piorarão o quadro – exemplos:

  • você vai atrás de relações afetivas fadadas ao fracasso;
  • mesmo inteligente e com enorme potencial, você cai em vícios de álcool, drogas, sexo, jogos, etc.;
  • você passa seu precioso tempo com inutilidades de autoajuda ou fantasia de que deve aceitar o seu carma e viver na dor;
  • você cria um mundo imaginário feliz só para fugir da dor da realidade.

Triste, não é? Eu sei. 

Mas respire, agora vamos começar a enxergar uma luz no fim desse túnel da maldição hereditária. 

Leia também: Por que é tão difícil viver o momento presente? 

Como a terapia sistêmica enxerga a maldição hereditária?

Assim como um computador, você tem instalado dentro de si uma série de memórias ancestrais que vieram do seu sistema familiar

Foi isso que descobriu Bert Hellinger (1925 – 2019), terapeuta alemão que trouxe a Constelação Familiar Sistêmica, considerada o avanço das terapias familiares de Virgínia Satir (a precursora da terapia familiar). 

Voltando à programação das nossas memórias ancestrais, alguns desses programas lhe dão muitas habilidades, dons e talentos – facilitando a sua jornada nesta vida. 

No entanto, outros irão te direcionar a entrar em situações difíceis, onde você honrará, com o seu sofrimento, algumas perdas, exclusões e dores emocionais que ocorreram no seu passado familiar.

Para você entender melhor, vou te contar um pouco da história de um dos meus antepassados.

 O meu avô deixou a Itália devido à guerra, e ainda jovenzinho, abandonou sua história naquele país, para se fixar no Brasil. Deixou casa boa em Veneza, deixou sua língua, suas terras, sua cultura. 

Seu irmão, única companhia no novo continente, ficou no mar, pois morreu na viagem. Tudo ficou para trás. 

Meu avô, então, se viu no desafio de viver em Santa Catarina, um lugar bastante primitivo e sem recursos médicos com sua esposa alemã, que morreu anos depois em uma pandemia e nunca ficaram sabendo onde o corpo foi enterrado.

O terapeuta Bert Hellinger percebeu que todos os fatos extremamente emocionais que existem em todas as famílias – como na minha que acabei de relatar – carregam um “peso”, uma energia que permanece no sistema familiar, não importa se tivemos contato com a história ou não. 

Desse modo, usando o exemplo do meu avô imigrante italiano, vamos imaginar que o irmão dele, devido às circunstâncias, não pôde concretizar os planos de chegarem juntos. E a separação não teve o seu “luto” – quer dizer, ele manteve isso em segredo, o tempo necessário para que as energias e emoções se assentassem, apesar da dor nunca contada. 

O jovem chegou ao Brasil, e após anos, casou, teve filhos, netos, bisnetos, e assim a vida prosseguiu como viúvo. Mas aquele luto trágico e as perdas permaneceram no sistema familiar. 

Muitas vezes, um descendente vem identificado com esta dor, e inconscientemente, deseja relembrar esta separação familiar pela guerra, viagens difíceis, morte e enterro sem conhecimento dos familiares em uma pandemia. Às vezes, este descendente se vê sempre com depressão por não falar suas emoções e sentimentos de tentar fazer tudo pelos outros e esquecer de si mesmo. 

Para esse descendente existe uma programação interna que diz: eu não posso falar meus problemas, preciso ser forte. Ou: eu preciso cuidar dos meus familiares, não aguentaria se acontecesse algo de ruim com eles.

Da mesma forma, é comum trazermos em nosso sistema interno as cargas sistêmicas de situações, como traumáticas, como:

  • abortos;
  • perdas de filhos precocemente;
  • separação entre pais e filhos;
  • roubo financeiros;
  • violência;
  • manipulações;
  • exclusões de pessoas com diversos tipos de deficiências;
  • entre outras situações. 

Não existe uma única família no universo que não tenha todos os tipos de personagem em seu seio. É uma questão de estatística. 

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Como sair da maldição hereditária e construir uma vida mais feliz? 

A luz do túnel começa a aparecer quando percebemos que a questão não é ter uma família certa ou errada, mas simplesmente aceitar a própria família como ela é e deixar o passado descansar em paz.

Isso se faz através da vivência sistêmica da situação atual da sua vida que gera sofrimento, que não será totalmente compreendida pela mente racional, pois entraremos em contato com uma parte da família que desconhecemos. 

Em outras palavras, durante a terapia sistêmica, temos que mergulhar em emoções profundas e sentir toda a energia das exclusões no nosso sistema. Apesar de ser um desafio, o efeito de libertação desses padrões dolorosos é surpreendente e permite construir uma vida mais feliz e saudável.

Mas como fazer isso? 

Aqui vão algumas recomendações para você observar e analisar:

1. Aprender a identificar o padrão com um terapeuta sistêmico experiente 

O primeiro passo é encontrar um terapeuta especializado em terapia sistêmica e que seja experiente para te ajudar nesse processo. 

Nessa jornada, a principal pergunta a ser respondida é: Em que área da sua vida estão ocorrendo as mesmas situações que você não deseja mais? É no trabalho? Na saúde? Nos relacionamentos amorosos? 

2. Aprender a identificar a emoção interna predominante que já sabe que leva ao fracasso e dor emocional 

Depois de identificar a área da sua vida que precisa ser trabalhada para mudar de padrão, é hora de compreender a emoção que essa dor gera em você.

É hora de responder: qual emoção predomina quando penso nessa situação e nesse padrão? Raiva? Revolta? Tristeza? Solidão? Medo? Insegurança?

3. Permitir-se incluir a emoção de mal-estar até que esta energia se dilua 

Nessa etapa será preciso coragem porque você irá identificar medo, raiva, ciúme, inveja, ganância, soberba, orgulho, dependência emocional, controle, avareza… Tudo isso faz parte de você e do seu passado familiar. 

No entanto, para que isso pare de fazer efeito em si, é importante olhar de frente, sem negações de seus padrões atuais, sem acusação aos seus antepassados e pais e também sem o autoflagelo… E deixar passar tudo isso é acreditar que poderá ter percepção para não repetir de forma inconsciente. 

4. Mudar os hábitos e atitudes que atraíram a repetição do padrão negativo 

É hora de mudar. E isso requer aprender a focar na luz, a projetar o crescimento e as situações de paz e ir atrás disso, deixando as coisas antigas para trás e não tratar estas coisas com misticismo ou que terá uma solução sem sua participação ativa. 

Em outras palavras, são mudanças práticas que precisarão ser implementadas para mudar o padrão do seu pensamento – quebrando, assim, a maldição hereditária.

5. Honrar e reverenciar os pais e os antepassados

Isso significa incluir todas as dores que eles lhe trouxeram, sem pintar de cor-de-rosa, mas transcendendo o incômodo emocional, até se conectar com a luz e força que também vem dos mesmos pais e passado familiar. 

Honrar e reverenciar os pais e a família é um processo interno. Não tem nada a ver com estar grudado na família, interferindo e deixando ser manipulado. A conexão profunda com a família traz liberdade e é um processo terapêutico, espiritual e alquímico que precisará de tempo e perseverança. 

6. Dica bônus sobre o tema maldição hereditária: série “Uma nova mulher”

Tem uma série da Netflix que retrata muito bem essa repetição de padrões familiares que geram sofrimento nas pessoas.

Ela se chama “Uma nova mulher” e vale a pena assistir, pois ela retrata tudo o que foi falado aqui no post, incluindo sobre a terapia de constelação familiar. Dá uma olhada no trailer:

Ao largar os padrões que nos unem ao peso sistêmico da família, nos abrimos para receber a força, os dons e a intuição que também vem das raízes familiares.

Acredito que você, assim como eu, também tem inúmeras possibilidades de traumas familiares. Mas eu acredito que temos o poder de escrever uma história de libertação para uma ampliação da consciência sistêmica da lógica da vida. 

Em outras palavras: se você está preocupado com esse tema da maldição hereditária em sua vida, acreditando que está preso em alguma dor de um passado que você nem sabe exatamente qual é, a terapia sistêmica pode ajudar você.

Vamos lá, coragem!

Se você quer saber mais detalhes sobre como a terapia sistêmica pode ajudar o seu caso específico, entre em contato comigo agora mesmo.

Josiane Ferreira

Terapeuta, assistente social, e psicanalista com mais de 25 anos de experiência. Especialista em políticas públicas e desenvolvimento humano, fundadora do Instituto de Desenvolvimento Generativo Sistêmico. Criadora do Movimento Feminino Soberano e inovadora na área de inteligência sistêmica e espiritual. Atua como professora universitária, palestrante, e mentora, ajudando pessoas a alcançarem transformação pessoal e cura sistêmica.

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