Hoje vou falar de um tema que gera muitas dúvidas em quem está buscando por algum tipo de abordagem terapêutica: a Constelação Familiar.
Ao pesquisar sobre o tema, talvez você tenha ouvido falar de Bert Hellinger e das constelações em grupos, que estão sendo bastante difundidas nos últimos anos no Brasil, não é mesmo?
Mas agora eu te pergunto: você já ouviu falar de Virginia Satir?
Então, vamos começar falando sobre ela para você entender que a sua história pode mudar com a Constelação Familiar!
Virginia Satir: a precursora da terapia familiar
Virginia Satir (1916 – 1988) é frequentemente chamada de mãe da terapia familiar. Ela foi a pioneira em trabalhar com a chamada escultura familiar – técnica que se originou na década de 1960.
Aliás, atualmente utilizo essa técnica da escultura familiar em todos os meus atendimentos, pois verdadeiramente me conectei pela mensagem amorosa de seu trabalho com famílias.
Satir também era formada em Serviço Social (como eu!) e sei que a visão da psicóloga social era muito apurada – não focada nas patologias da psicologia, mas na visão das relações sociais geradoras dos sintomas, e também, da solução.
O trabalho de Virginia Satir só se tornou famoso e notório muito mais tarde, graças ao psicoterapeuta Bert Hellinger (1925 – 2019), que levou este conhecimento de posicionamento familiar para a Alemanha, após ser aluno da mestra em relacionamentos familiares.
O que ambos os métodos têm em comum é que eles usam dinâmicas, estruturas e relacionamentos que envolvem famílias ou outros sistemas de relacionamento que se tornam visíveis através da ampliação da percepção. Tudo isso usando mecanismos naturais do ser humano.
A evolução do trabalho de terapia familiar
Virginia Satir encenou situações familiares com participantes dos seus grupos. Ela observou que tanto os familiares quanto sua postura eram indicativos do seu relacionamento. Satir também descobriu que poderia substituir membros da família por representantes estrangeiros.
No trabalho de Bert Hellinger e em cada constelação, o campo de energia é fundamental para o sucesso da Constelação. Durante o trabalho, de fato, é criado um campo de energia para permitir que as pessoas e representantes escolhidos aleatoriamente acessem os sentimentos e percepções dos seus representantes.
Dessa forma, percebemos que não somos indivíduos isolados, mas parte de um sistema onde cada movimento influencia os outros. Onde cada componente e a sua história podem afetar a vida daqueles que vêm depois.
Qual é o objetivo da Constelação Familiar?
O objetivo das constelações familiares, segundo Bert Hellinger e Virginia Satir, é restaurar a clareza na experiência pessoal em relação ao próprio sistema familiar e, assim, possibilitar o crescimento interno para ver este sistema com uma visão ampliada, saindo dos modelos mentais rígidos.
Na prática, a sessão traz esse entendimento de volta através da formação familiar que pode ser vista em grupos de pessoas, representação com bonecos e também objetos.
De acordo com os ensinamentos de Hellinger, o que deliberadamente ou inconscientemente excluímos é trazido de volta pelo sistema. Porque o sistema quer uma coisa acima de tudo: estar completo.
De vez em quando, você já parou para se questionar por que certas coisas acontecem contigo, mesmo você fazendo de tudo para ser diferente?
Talvez nós não sabemos como mudá-las. Assim, com a Constelação Familiar, busca-se adotar a estratégia interna do chamado “sofrimento compartilhado” para que, desse modo, consigamos trazer à tona os conflitos – e resolvê-los.
Vamos entender melhor.
Consciência coletiva e pessoal
A Constelação Familiar, em suas diversas abordagens, tem o propósito de trazer a clareza de volta à nossa experiência interior e, assim, ao nosso sistema. Dessa forma, podemos ver o que é uma repetição de padrões ou um movimento autêntico.
Mas atenção: buscar ajuda não significa corrigir a imagem da própria família da maneira que se acha correto. Também não significa que qualquer coisa pode ser retroativamente alterada, desculpada ou até mesmo melhorada.
Acredito que não podemos admitir as grandes confusões que estão sendo criadas, gerando um misticismo e até mesmo roteiros de verdades absolutas para as pessoas seguirem. Isso não existe na Constelação Familiar.
Não podemos nos calar. Isso é preciso ser dito para não manchar toda uma caminhada de lindo conhecimento da terapia sistêmica familiar de Virgínia Satir.
A dinâmica das constelações sistêmicas podem mostrar padrões de repetição e podemos refletir juntos, cada realidade, sem receita pronta.
Muitas vezes, somos influenciados em nossas vidas por crenças que desenvolvemos consciente ou inconscientemente à medida que crescemos através de nossas observações, nossa educação ou nossas experiências pessoais dentro do sistema familiar.
Mas os terapeutas não podem criar outras crenças, impondo como verdades absolutas, não respeitando a evolução da autopercepção do cliente.
Ocasionalmente, adotamos tais crenças interiores, muitas vezes percebidas dos nossos familiares, das nossas vivências particulares.
O que é emocionante é que essa dinâmica da Constelação Familiar – mais especificamente a Terapia Familiar Sistêmica de Virginia Satir – pode funcionar com a utilização de bonecos para o cliente entrar nesta percepção do campo das infinitas possibilidades.
Em outras palavras: podemos sentar ao lado do cliente, ouvir sua história, fazer exercícios e encontrar com ele suas amarras e, também, o caminho da libertação emocional para criar algo novo e que faça mais sentido.
Por que ter uma experiência com Constelação Familiar?
Vale dizer que a Constelação Familiar existe para investigar relacionamentos perturbadores. Porém, nos últimos anos, o seu trabalho evoluiu além desses formatos.
Milhares de profissionais em todo o mundo, influenciados por Hellinger, mas que não são necessariamente seguidores, continuam a usar e adaptar os seus insights originais a uma ampla gama de aplicações pessoais, organizacionais e políticas.
Sendo assim, podemos dizer que serve para ampliar a percepção de uma questão e decidir com mais clareza.
Espero que você tenha gostado de saber que as terapias sistêmicas têm vários estudiosos e que estão trazendo neste tempo muita evolução para a área terapêutica.
Mas como qualquer trabalho terapêutico, é bom investigar as formações, capacitações e referências no mercado dos terapeutas que realizam essas abordagens.
Se você quer conversar comigo sobre o assunto e saber como a Constelação Familiar pode ajudar a mudar a sua história, entre em contato agora mesmo – seja para um atendimento presencial ou on-line.
Saiba mais informações e me envie uma mensagem através deste link. Te espero!