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Reflexões de uma luta contra a Dengue: quando a doença é um convite à pausa

Acordei naquele sábado, em meados de fevereiro de 2025, sentindo que algo estava errado. Eu já vinha percebendo sintomas que não dei a devida atenção: um cansaço inexplicável, dores pelo corpo e uma febre persistente. 

Decidi ir ao hospital achando que talvez me ajudassem a retomar meu ritmo, a vida agitada que sempre busquei. 

A primeira visita ao hospital

Chegando ao hospital, passei por uma série de exames. Apesar do meu estado debilitado, os médicos me liberaram, orientando-me a repousar e hidratar. Saí de lá com esperança, achando que tudo voltaria ao normal rapidamente. 

Mas o domingo trouxe um cenário diferente. Em vez de melhorar, eu só me sentia pior; a angústia e a frustração começaram a tomar conta de mim. Como eu poderia estar tão mal? Minha agenda estava cheia de compromissos e eu tinha tanto para realizar! 

Eu tentava me manter firme, mas a febre e o cansaço não me deixavam em paz. Cada minuto parecia uma eternidade, e percebi que me sentia aprisionada em um corpo que não funcionava como deveria. 

O sentimento de vulnerabilidade começou a se instalar, mas a pressão de cumprir minhas obrigações não deixava meu coração em paz.

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A volta ao hospital

Quando chegou a segunda-feira, a situação se tornou insustentável. Eu sabia que precisava de ajuda novamente. O médico explicou que o melhor seria me levar de ambulância para o hospital, apenas por segurança. Aquela frase soou como um aviso claro. 

Naqueles momentos, na ambulância, percebi a fragilidade da vida. Eu estava ali, deitada, pensando no que realmente importava. Como as pequenas coisas — uma agenda cheia e a pressão de agradar — podiam parecer tão insignificantes em comparação ao que eu estava enfrentando?

Enquanto a ambulância balançava, os pensamentos sobre minha família começaram a ecoar na minha mente. Meu marido, meus filhos, minha mãe, meus irmãos — eles eram tudo! Cada um deles se tornava uma âncora, e o resto começava a parecer pequeno diante da gravidade da situação.

O enfrentamento da vulnerabilidade

Ao chegar ao hospital, a equipe médica agiu rapidamente. A cada exame e monitoramento, a preocupação deles era evidente: dengue. Plaquetas baixíssimas, já entrando em fase hemorrágica.

Senti o peso da vulnerabilidade se intensificando; a vida, que eu sempre imaginei controlada e perfeita, me mostrou sua fragilidade. Cada instante ali me fez perceber que a luta silenciosa que estava vivenciando era, na verdade, uma oportunidade de reavaliar o que realmente importava.

As horas de espera e tratamento tornaram-se um momento de reflexão profunda. Durante essa experiência, percebi que precisava rachar a casca da expectativa de ser perfeita. 

A vida não é só sobre seguir listas de tarefas ou agradar os outros; o que realmente conta é estar presente e amar. Essa busca incessante por perfeição estava me afastando do que significava viver plenamente.

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Redefinindo prioridades

Naquele hospital, entre dor e incerteza, eu redescobri a beleza da simplicidade. O que realmente importava era viver e sentir amor. A vulnerabilidade que me envolveu transformou-se em uma forma de força. Comecei a entender que, em muitos casos, os momentos difíceis podem nos ajudar a redefinir nossas prioridades.

Hoje, após essa experiência, sei que a vida é cheia de altos e baixos e que, por vezes, estaremos à mercê de circunstâncias que não conseguimos controlar. Aprendi a importância de ouvir meu corpo e a valorizar os momentos simples que muitas vezes ignoramos. 

Se você, assim como eu, já se sentiu sobrecarregado ou aprisionado pela busca da perfeição, espero que minha história inspire você a considerar o que realmente importa na vida. Porque, no fim das contas, o que devemos buscar é viver intensamente, amar profundamente e estar presentes para aqueles que nos rodeiam. A vida é um presente precioso, e devemos cuidar dela com carinho e gratidão.

O chamado do corpo: quando a doença é um convite à pausa

Ao longo dos anos, aprendi a importância de ouvir o corpo, mas, naquele momento, ignorei os primeiros sinais. A febre, a dor e o cansaço foram se intensificando até se tornarem inegociáveis. Não era apenas um vírus atacando meu organismo, era como se meu corpo estivesse me pedindo para parar, para olhar para dentro e perceber o que eu vinha ignorando.

Na terapia sistêmica, compreendemos que as doenças podem carregar mensagens ocultas. 

Será que essa experiência estava me mostrando que eu vinha vivendo em um ritmo insustentável? Que minha necessidade de estar sempre disponível para os outros me afastava de mim mesma? O corpo fala, e, naquele final de semana inesquecível, ele gritou para que eu parasse e reavaliasse minhas escolhas.

Ao reconhecer isso, percebi que minha cura não dependia apenas de medicamentos e repouso – mas também da minha disposição de escutar o que essa pausa forçada queria me ensinar.

O que a sua vida está tentando lhe mostrar?

Se há algo que essa experiência me ensinou, é que momentos desafiadores podem trazer grandes aprendizados. A vulnerabilidade, que tantas vezes queremos evitar, pode ser um portal para uma vida mais consciente e significativa.

E você? Será que sua vida tem enviado sinais de que algo precisa mudar? Talvez em forma de um cansaço que nunca passa, de uma ansiedade constante ou até mesmo de um problema de saúde que insiste em aparecer?

Minha experiência com a dengue me ensinou que não podemos ignorar os chamados do corpo e da alma. 

Espero que minha história inspire você a olhar para os desafios da vida com novos olhos. O que realmente importa não é o quanto fazemos, mas sim a forma como vivemos, sentimos e nos permitimos estar presentes para nós mesmos e para aqueles que amamos.

Se precisar de ajuda para reconhecer esses sinais e assumir o protagonismo da sua vida, convido você a acessar este link para agendar uma conversa comigo. Como terapeuta sistêmica, posso te ajudar a trilhar esse caminho de dor e sofrimento e reorganizar os padrões mentais para que essas fases sejam cheias de aprendizado e melhores caminhos. Te espero!

Josiane Ferreira

Terapeuta, assistente social, e psicanalista com mais de 25 anos de experiência. Especialista em políticas públicas e desenvolvimento humano, fundadora do Instituto de Desenvolvimento Generativo Sistêmico. Criadora do Movimento Feminino Soberano e inovadora na área de inteligência sistêmica e espiritual. Atua como professora universitária, palestrante, e mentora, ajudando pessoas a alcançarem transformação pessoal e cura sistêmica.

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