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A imagem mostra uma mulher de costas olhando para o lado

Dor e sofrimento: como lidar com as fases difíceis da vida

Muitos pacientes chegam até meu consultório ou às sessões online com esse grande desafio: como lidar com fases difíceis da vida, onde dor e sofrimento se misturam e pesam os dias?

Chegam dias – e eles são inevitáveis – onde parece que não haverá a luz no fim do túnel e que não conseguimos sequer pensar que um amanhã vai surgir. E se não há como escapar desses dias, como lidar com as consequências que ocorrem dentro de nós e vão afetando as demais áreas da nossa vida?

Neste artigo, quero conversar com você sobre esse tema. Como terapeuta sistêmica, existem caminhos que podem (e devem) ser trilhados para que consigamos enfrentar esses momentos com resiliência. 

Vamos lá?

Dor e sofrimento: diferenças importantes

Às vezes, confundimos dor com sofrimento, mas há uma diferença importante entre os dois. 

A dor é uma experiência universal e inescapável na vida humana. Ela pode se manifestar de diversas formas – seja como dor física de uma lesão ou doença, ou como dor emocional decorrente de eventos como perda, rejeição ou decepção. 

É importante entender que a dor, em si mesma, não é algo negativo. Ela é uma resposta natural do nosso organismo a estímulos que representam uma ameaça ou um desequilíbrio.

Por outro lado, o sofrimento vai além da dor em si e está relacionado à forma como lidamos com essa dor

O sofrimento surge quando resistimos à dor, quando nos fixamos nela e permitimos que ela nos domine. É como se criássemos uma camada adicional de dor emocional sobre a dor original.

Vamos considerar um exemplo prático:

Imagine que alguém perde um ente querido. Sentir tristeza, choque e até raiva diante dessa perda é uma reação natural e esperada. Isso é a dor – nesse caso, a dor do luto. É a resposta emocional genuína a um evento doloroso e importante.

No entanto, o sofrimento começa quando essa pessoa se fecha para o mundo ao seu redor, se isolando da família e dos amigos, afundando-se na autopiedade e na sensação de vazio. 

O sofrimento surge quando essa pessoa se apega à dor, revivendo incessantemente os momentos de perda, alimentando pensamentos de desesperança e desamparo, e se identificando cada vez mais com a própria dor.

Nesse contexto, a diferença entre dor e sofrimento é clara. A dor é a resposta emocional inicial e natural a um evento doloroso, enquanto o sofrimento é o resultado da resistência à dor, da identificação excessiva com ela e da criação de padrões de pensamento e comportamento que perpetuam o ciclo de dor emocional.

Portanto, compreender essa distinção nos ajuda a desenvolver uma relação mais saudável com nossas emoções e a encontrar maneiras construtivas de lidar com a dor e o sofrimento em nossas vidas. 

Ao invés de nos afundarmos no sofrimento, podemos aprender a aceitar a dor como parte do processo de cura e transformação, buscando apoio emocional, desenvolvendo resiliência e cultivando um sentido de conexão e significado nas nossas experiências mais difíceis.

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Como o sofrimento pode aumentar depois de vivenciar a dor: a dinâmica do consciente e do inconsciente

Para entender melhor como o sofrimento pode aumentar após experimentarmos dor, é importante considerar a dinâmica entre os hemisférios cerebrais sob o ponto de vista da terapia sistêmica e como o desequilíbrio entre o consciente e o inconsciente pode influenciar nossas experiências emocionais.

Vamos lá:

Nosso cérebro é dividido em dois hemisférios, o esquerdo e o direito, cada um com suas próprias funções e características. 

O hemisfério esquerdo é frequentemente associado à lógica, à linguagem e à análise detalhada, enquanto o hemisfério direito está mais ligado à criatividade, à intuição e à percepção global. 

Quando esses dois hemisférios funcionam em harmonia, somos capazes de acessar todo o potencial de nossa mente e experimentar um estado de integração e plenitude.

No entanto, quando há desequilíbrio entre o consciente e o inconsciente, pode ocorrer uma desconexão entre esses dois hemisférios, levando a bloqueios e dificuldades em lidar com as adversidades da vida. 

Por exemplo: após experimentarmos uma dor emocional intensa, como a perda de um ente querido, podemos entrar em um estado de desequilíbrio emocional, onde nos sentimos dominados pela tristeza, pela raiva ou pelo medo. Nesse estado, o hemisfério direito, que está mais envolvido com as emoções e a intuição, pode se sobrepor ao hemisfério esquerdo, prejudicando nossa capacidade de raciocínio lógico e de tomada de decisões conscientes.

Essa desconexão entre os hemisférios cerebrais pode aumentar o sofrimento ao prolongar a experiência de dor emocional

Quando não somos capazes de integrar plenamente nossas emoções e pensamentos conscientes, podemos ficar presos em padrões de pensamento negativos, ruminação e autopiedade, o que pode intensificar a sensação de desespero e impotência. Além disso, a falta de integração entre os hemisférios pode dificultar a busca por soluções eficazes e saudáveis para lidar com a dor e o sofrimento, perpetuando assim o ciclo de sofrimento.

Portanto, trabalhar para integrar esses dois aspectos de nossa mente é essencial para promover o bem-estar e a autenticidade. Ao desenvolvermos uma maior consciência de nossos pensamentos e emoções, e ao aprendermos a equilibrar a lógica com a intuição, podemos promover uma maior resiliência emocional e uma maior capacidade de enfrentar os desafios da vida de maneira eficaz e construtiva.

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Como a terapia sistêmica ajuda no enfrentamento da dor e do sofrimento

A terapia sistêmica, como a Constelação Familiar, oferece uma abordagem holística e contextualizada para compreender e lidar com a dor e o sofrimento. 

Dentro desse contexto, a ideia de questionar o que a vida está nos pedindo e concentrar-se no aprendizado e crescimento é altamente valorizada. 

Aqui estão algumas perspectivas que a terapia sistêmica pode oferecer sobre esse tema:

1. Olhar para o sistema como um todo

Na terapia sistêmica, entende-se que somos parte de sistemas complexos, como família, comunidade e cultura. Quando nos deparamos com a dor e o sofrimento, é importante não apenas nos concentrarmos em nós mesmos, mas também considerarmos o contexto mais amplo em que estamos inseridos. Isso significa explorar como as dinâmicas familiares, sociais e culturais podem estar influenciando nossos desafios e oportunidades de crescimento.

2. Reconhecer os padrões relacionais

A terapia sistêmica enfatiza a importância dos padrões relacionais e intergeracionais na formação de nossas experiências e comportamentos.

 Ao enfrentarmos a dor e o sofrimento, é crucial examinarmos como esses padrões estão contribuindo para nossa situação atual. Isso nos permite identificar possíveis pontos de intervenção e mudança dentro de nossos sistemas de relacionamento.

3. Explorar a história pessoal e familiar

A terapia sistêmica encoraja a exploração da história pessoal e familiar como uma forma de compreender melhor nossos padrões de pensamento, sentimentos e comportamentos. 

Ao investigarmos nossas experiências passadas e as narrativas familiares, podemos identificar crenças e traumas subjacentes que podem estar contribuindo para nossa dor e sofrimento atual. Isso nos permite fazer escolhas mais conscientes e empoderadas em relação ao nosso futuro.

4. Promover a resiliência e a autonomia

Ao adotarmos uma postura de abertura e curiosidade diante da dor e do sofrimento, estamos cultivando a resiliência e a autonomia emocional. 

A terapia sistêmica oferece ferramentas e estratégias para desenvolvermos essas habilidades, capacitando-nos a enfrentar os desafios da vida de maneira mais eficaz e construtiva. Isso inclui aprender a regular nossas emoções, estabelecer limites saudáveis e cultivar relacionamentos significativos e de apoio.

5. Integrar as experiências e aprendizados

Na terapia sistêmica, valoriza-se a integração de todas as nossas experiências e aprendizados, mesmo aqueles que são dolorosos ou desafiadores. 

Ao reconhecermos e honrarmos todas as partes de nós mesmos, podemos nos tornar mais completos e autênticos. Isso nos permite transformar nossa dor e sofrimento em fontes de sabedoria e crescimento, em vez de deixá-los nos definir de maneira limitante.

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Precisa de ajuda para enfrentar fases de dor e sofrimento?

Convido você a acessar este link para agendar uma conversa comigo. Como terapeuta sistêmica, posso te ajudar a trilhar esse caminho de dor e sofrimento e reorganizar os padrões mentais para que essas fases sejam mais breves e resilientes. Te espero!

Josiane Ferreira

Terapeuta, assistente social, e psicanalista com mais de 25 anos de experiência. Especialista em políticas públicas e desenvolvimento humano, fundadora do Instituto de Desenvolvimento Generativo Sistêmico. Criadora do Movimento Feminino Soberano e inovadora na área de inteligência sistêmica e espiritual. Atua como professora universitária, palestrante, e mentora, ajudando pessoas a alcançarem transformação pessoal e cura sistêmica.

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