Grave bem isto: trabalhar a autoestima é construir a própria felicidade, é reafirmar nossa personalidade e estabelecer que não devemos aceitar nada menos do que aquilo que nos faz plenamente felizes.
E como estamos precisando fortalecer a autoestima nestes tempos, não é mesmo?
Por isso, vamos conversar sobre isso.
Afinal, o que é ter uma boa autoestima?
Uma pessoa que sofre de baixa autoestima não é livre. Ela está sempre acorrentada a uma ideia de que será trocada ou terá pessoas melhores do que ela – seja nos relacionamentos pessoais e profissionais.
É claro que mesmo as pessoas com uma boa autoestima podem ter uma queda em determinadas situações. Elas sofrem, mas recuperam-se rapidamente e não perdem o equilíbrio emocional com facilidade, seja em uma crítica no trabalho ou término de um namoro.
Uma das características de quem tem uma boa autoestima é se estimar, amar a si próprio, mesmo sabendo-se imperfeito e que não vai agradar a todos.
A pessoa, nesse caso, reconhece os seus defeitos e limites, porém sabe que todos nós estamos em desenvolvimento, que ninguém é perfeito e que pode viver em paz, mesmo não conseguindo controlar situações que não dependem de suas escolhas.
Quando a pessoa tem uma boa autoestima, ela consegue, com facilidade, reconhecer também as suas qualidades e consegue receber elogios e acreditar que são verdadeiros.
Esse amor é o que protege nos momentos difíceis e que dá força para superar os fracassos.
Quando começa o desenvolvimento da autoestima?
A nossa autoestima é fundamentada em nossa infância – seja pelos nossos pais, por outras pessoas muito próximas, pela escola e pela consciência grupal.
A consciência disso é muito importante para prestarmos atenção em como falamos e que exemplos damos aos nossos filhos e crianças do nosso convívio. Através das terapias sistêmicas familiares, sabemos que muitas vezes repetimos padrões até mesmo inconscientes.
Sabe aquelas críticas constantes – “você não faz nada certo”, “só podia ser você”, “isso está horrível como sempre”? Essas e outras afirmações falando mal da imagem e roupa são um desastre emocional para a criança.
Há pais que não falam mal com os filhos, mas agem contra si próprios se xingando, sendo extremamente intransigentes e intolerantes consigo, autopunindo-se o tempo todo; e a criança, por sua vez, acaba por repetir esse comportamento e tornando-o parte de sua vida, aceitando como verdade também para ela a autoagressão.
Grave bem: a criança repete os nossos comportamentos e acaba aceitando eles como sendo verdade. Entende a seriedade disso?
Por outro lado, a superproteção também induz a uma baixa autoestima à medida que os pais não deixam a criança vivenciar e superar sozinha as dificuldades e os desafios.
Os pais resolvem antecipadamente as situações ou simplesmente impedem o filho; e, então, a mensagem entendida pela criança é que não é capaz de resolver, de enfrentar, de superar; ou seja, de que ela é fraca, incompetente e, dependendo dos contextos, pode crescer acreditando ser pouco inteligente e hábil.
Há saída para melhorar a autoestima?
Mesmo com uma infância vivida nesses extremos, saiba que há saída para desenvolver a autoestima.
Se pensarmos na autoestima de uma forma ampla, é incrível pensar que em todo o mundo, não há ninguém exatamente como eu e no meu sistema familiar.
Meu corpo, meus sentimentos, meus pensamentos, minha voz, todas as minhas ações e comportamentos são somente meus.
Eu possuo meus sonhos, minhas esperanças, minhas fraquezas e sofrimentos, ou seja, minha história é única.
Quando refletimos sobre a autoestima como saúde mental, há um consenso da importância dela, de se ter uma sensação da nossa própria relevância, de estarmos conscientes que somos importantes, que temos um propósito de estarmos aqui e agora.
Todos nós absorvemos todas as informações em nossas famílias e estabelecemos um modelo interno de como vamos agir no mundo, muitas vezes durante o resto de nossas vidas. Sejam bons ou limitantes, eles fazem parte da nossa jornada.
Aprendemos muitas crenças, valores e padrões culturais e ancestrais, essas podem ter sido mensagens gravadas tão profundamente que levamos para todos os relacionamentos pessoais, familiares e profissionais, de forma consciente e inconsciente.
Leia também: Autoconhecimento: como o nosso inconsciente ajuda nesse processo?
Então, como melhorar a autoestima?
O importante aqui é entender que tudo isso representa apenas aprendizados e aceitar todas as nossas partes é o caminho do autoamor – como descreve Virginia Satir, em seu livro Self-Esteem:
“Eu sei que há aspectos sobre mim que me intrigam, e outros aspectos que eu não conheço, mas contanto que eu seja amigável e amoroso comigo mesmo, eu posso corajosamente e esperançosamente buscar soluções para os enigmas e maneiras de descobrir mais sobre mim.
No entanto, eu pareço e sou, tudo o que eu digo e faço, e tudo o que eu penso e sinto em um determinado momento no tempo.
Se mais tarde algumas partes da minha aparência, de como sonhei, pensei e senti possa vir a ser inconveniente, eu posso descartar o que é inconveniente, manter o resto e inventar algo novo para o que eu tenha descartado.
Eu posso ver, ouvir, sentir, pensar, dizer e fazer. Eu tenho as ferramentas para sobreviver, estar perto de outras pessoas, para ser produtivo a dar ordem e sentido ao mundo, às pessoas e às coisas fora de mim. Eu me possuo, e, portanto, eu posso me reordenar.
Eu sou eu e… Eu estou bem”.
Quando Virgínia Satir criou as terapias sistêmicas familiares, ela deixou um grande legado da validação humana na terapia e para todos que desejam amar-se e amar.
Então, se queremos melhorar a nossa autoestima, precisamos falar sobre Virginia Satir!
Quem foi Virginia Satir?
Virginia Satir (1916-1988) foi uma terapeuta internacionalmente conhecida e referida por muitos como sendo “a pioneira da Terapia Familiar”.
Foi para além disso: ela foi assistente social, professora e autora, cujos livros “Peoplemaking” e “Conjoint Family Therapy” são dois dos textos centrais da psicologia humanista.
Satir foi universalmente reconhecida como uma das mais poderosas e eficazes terapeutas do século. Ao longo de uma carreira que abrange cerca de 45 anos, ela desenvolveu formas sistêmicas de ajudar as pessoas a crescer e a mudar.
Ela tinha grande esperança e grande entusiasmo na capacidade do espírito humano de fazer deste mundo um lugar melhor para viver. A sua visão era ajudar a capacitar as pessoas a alcançar seu pleno potencial.
Portanto, Virginia Satir é a fonte inspiradora e o fundamento de muitas das conhecidas abordagens de hoje como, por exemplo, a PNL, a Psicologia Positiva e as Constelações.
Como funciona a terapia de desenvolvimento da autoestima?
Precisei falar sobre o trabalho de Virginia Satir para justamente dizer que é através de sua inspiração que eu executo o meu trabalho como terapeuta sistêmica.
Quanto estudei e li seus conteúdos, foi como se abrissem caminhos para eu andar tranquilamente com as famílias, pessoas e empresas. A metodologia de Virgínia Satir é amorosa, científica e de uma sensibilidade ao funcionamento do ser humano em sistêmica.
Bom, mas como isso funciona na prática?
A terapia sistêmica familiar e as constelações ajudam diretamente os grupos a melhorarem sua comunicação. Assim, os membros do grupo experimentam o seu envolvimento interna e externamente, mudando sua temperatura com eles e entre eles. Esse processo chama-se Leitura de Temperatura, que também uso no meu trabalho.
Seu procedimento é simples e pode ser útil para casais, ou grupos, seja familiar, de empresa, em um curso ou em uma escola.
Ela surgiu da necessidade de clarear e desintoxicar situações problemáticas, observando como os membros de um grupo se sentam para compartilhar seu tempo juntos.
E quais são os passos da Leitura de Temperatura?
1. Apreciação e Entusiasmo
Ao iniciar uma conversa, abre-se uma rodada de apreciações com uma frase simples: “Eu quero compartilhar o meu apreço por…”. Elogiar é o primeiro passo, pequenas mensagens de amor, relato de algo que aconteceu e que nos tocou.
Conectados com o coração de forma verdadeira, ultrapasse os medos e a vergonha de expor. E, assim, encontramos o que é bonito e forte em cada um, deixando o amor disponível para todos.
Somos pessoas de muitos lados, muitas faces, muitas vozes. Virginia Satir dizia: “Quero que você fique entusiasmado com a pessoa que você é. Apaixone-se por si mesmo”. E completava: “A minha esperança é que possamos criar realidades lindas e curativas. Toda pessoa é um milagre. E acredito que reconhecer uma competência é sempre saudável”.
2. Novas informações
Este passo é o momento de compartilhar qualquer informação que for relevante à pessoa.
Por exemplo: horário de início e fim dos trabalhos; previsão de intervalos; onde ficam os banheiros; restaurantes mais próximos. Ou: “vou chegar mais tarde após o jantar”; “vou sair mais cedo esta manhã”; ”por favor, chame o técnico para o conserto da máquina; vou ficar com os amigos”; etc.
Informações são bem apreciadas quando divididas com as pessoas que vivem conosco.
3. Preocupações e ansiedades
Muitas vezes, para não parecermos inadequados, não falamos das nossas preocupações e elas se transformam num monstro que ninguém sabe o que é.
Questões que clareiam problemas começam por “quando”, “o que”, “como” e “onde”. Por exemplo: “Quando você saiu ontem parecia chateado. Você está bem agora?”.
4. Reclamações com recomendações
Quem colocar um problema ou fazer uma reclamação deve fazê-lo sugerindo possíveis soluções ou recomendações. Assim, eu me torno a serviço da construção da equipe.
Por exemplo: “Eu fico ressentido quando você não me responde ao celular”. “Eu agradeço se você verificar mais vezes se ele está ligado”.
5. Esperanças e desejos
Neste passo, a pessoa é convidada a compartilhar suas esperanças na vida e, muitas vezes, só o fato de expressá-las já é uma grande ajuda para cada um.
Por exemplo, podemos falar: “Espero que possamos estar mais tempo juntos neste final de semana”. “Eu lidero a reunião vocês lideram a equipe”.
A intenção de Virginia Satir sempre foi ajudar as pessoas a terem mais responsabilidades pelas suas próprias preocupações internas e reclamações através deste processo simples de compartilhamento e retificação e, assim, serem suportes uns para os outros.
Ela verdadeiramente encorajava as pessoas a responder ao outro e comunicar-se de uma maneira congruente. Afinal, para Virginia Satir, “as pessoas têm valor e o que elas falam também tem valor”.
Com esses passos, certamente começaremos a trilhar o caminho rumo à construção da autoestima!
Quer saber mais sobre as terapias sistêmicas?
Os meus serviços estão ancorados pelos seguintes métodos:
- Modelo de Validação Humana, desenvolvido por Virgínia Satir, precursora das Terapias familiares e quem inspirou os principias métodos terapêuticos atuais, como Constelação Familiar e a Programação Neurologuística (PNL);
- Transe Generativo;
- Panorama Neuro Social;
- Integrative Systemic Coaching;
- Liderança Centrada na Alma;
- Psicanálise.
Para saber mais informações, me envie uma mensagem através deste link. Te espero!